O festival READ ON ALMADA está aí à porta e já vai na 4ª edição. Este ano o formato será totalmente em linha e realizar-se-á entre os próximos dias 11 a 14 de maio 2021.
O festival READ ON ALMADA tem como objetivo a promoção e divulgação do gosto pela leitura entre os jovens dos 12 aos 19 anos, contudo é aberto a todos os públicos para os quais a leitura e a escrita seja objeto da sua atenção.
Em breve serão enviadas mais notícias relativas a inscrições individuais e coletivas e links de acesso mas, para já, segue o programa do festival READ ON Almada, com especial atenção para a diversidade das suas propostas, para todos os públicos.
O trabalho selecionado pelo júri para representar o ensino secundário do nosso agrupamento no Projeto “Ler+ Espaço” foi o da aluna Sofia Fial, do 12.ºB. Seguem as imagens do trabalho tridimensional desenvolvido e o texto de divulgação científica.
Ler + Espaço
Este projeto foi realizado dentro da temática “Exploração do Espaço”, tendo sido criado como um trabalho de divulgação científica com base no livro “Galileu Galilei e o Sistema Solar em 90 minutos”, da autoria de Paul Strathern.
Galileu Galilei e o Sistema Solar
Galileu Galilei, filho de Vincenso e Giulia, nasceu a 15 de fevereiro de 1564, em Pisa, portanto, em território italiano. A sua família era, provavelmente, originária do Mugello, a 24 quilómetros de Florença.
A sua vida familiar não foi, segundo se divulga, nada fácil, com uma mãe amargurada e exigente e um pai com elevadas expectativas, razões que levavam Galileu a sentir algumas incertezas e umas lacunas na sua autoconfiança. Apesar de tudo, demonstrou ser um rapaz talentoso desde tenra idade, revelando, desde cedo, uma enorme facilidade e um interesse prematura pela Matemática e pela Mecânica.
Em 1581, foi estudar Medicina para a Universidade de Pisa, conforme vontade de seu pai; no entanto, passados alguns anos, este persuadiu o progenitor a deixá-lo abandonar o curso, voltando, assim, a Florença (local onde crescera) e onde estudou e ensinou Matemática.
A vida de Galileu estendeu-se desde a Renascença de Leonardo Davinci à era científica de Newton. Galileu deu, na sua carreira, visão e sentido à premissa, da autoria de Descartes: “Penso, logo existo” (Cogito, ergo sum) e, por exemplo, através de vários aparelhos de medição e de um telescópio aprimorado, confirmou que o Sol se localizava no centro do sistema solar.
Após Galileu, o caminho para a explicação científica do Universo ficou em aberto, tendo Newton, na era seguinte, formulado a primeira resposta a essa questão.
Mas, após tantos anos, conseguimos, agora, conhecer melhor o nosso sistema solar graças, em parte, a este génio mundial, Galileu Galileu.
Vamos, então, viajar pelo sistema solar? Tudo a postos?
Assim, o sistema solar em que estamos inseridos é constituído por 8 planetas, sendo esses: Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Neptuno, que se encontram na galáxia denominada Via Láctea, nascida, mitologicamente, da deusa Hera, esposa de Júpiter.
O Sol, como referiu Galileu, sendo uma estrela, está no centro do nosso sistema.
Mercúrio
Mercúrio é o menor planeta de entre os 8 e é, também, o mais próximo do Sol, sendo o mais rápido (um ano de Mercúrio equivale a 88 dias na Terra), daí ser, na mitologia, o mensageiro dos deuses. Este planeta é formado por ferro e a sua temperatura supera os 400ºC.
Vénus
Vénus é o segundo planeta mais próximo do Sol e, além deste e da Lua, é o corpo celeste mais brilhante no céu.
Vénus e Terra são os planetas mais próximos um do outro no sistema solar. No entanto, Vénus é muito mais quente que a Terra e também o mais quente do sistema solar em si, apresentando uma temperatura de 460ºC.
Terra
A nossa Terra ocupa a terceira posição no sistema solar, sendo o único planeta que apresenta água em estado líquido e oxigénio na sua atmosfera, possibilitando, assim, vida.
Um ano terreste equivale a 365 dias e 6 horas e a temperatura média da Terra é de 14ºC, tornando este planeta perfeitamente habitável.
Marte
Marte ocupa a 4.ª posição no sistema solar e é o segundo menor planeta no mesmo.
Um ano, no “planeta vermelho”, dura 687 dias terrestres, no entanto, um dia marciano é muito parecido com o da Terra, tendo uma duração de 24 horas e 35 minutos. A sua temperatura média é de -63ºC.
Júpiter
Júpiter é o maior planeta do sistema solar, daí representar o pai dos deuses olímpicos, e é principalmente formado por hidrogénio, hélio e metano. A sua temperatura média é de -108ºC.
Um ano em Júpiter equivale a 11,86 anos terrestres. Júpiter é, também, o planeta que possui mais luas, 79.
Saturno
Saturno é o segundo maior planeta a seguir a Júpiter. Este é conhecido pelos seus anéis, formados, sobretudo, por poeira cósmica e gelo. Este planeta é composto por hidrogénio e hélio e a sua temperatura média é de -139ºC. Um ano em Saturno equivale a 29,5 anos terrestres.
Urano
Este planeta é o mais frio de todos, tendo uma temperatura média de -220ºC. Uma das suas particularidades é o facto de este ter uma inclinação de eixo praticamente horizontal, fazendo com que o mesmo gire de lado em relação aos outros astros. Um ano em Urano equivale a 84 anos terrestres.
Neptuno
Neptuno é o planeta mais distante do Sol e é também o que apresenta os ventos mais fortes do sistema solar, chegando a 2000 km/h. Um ano em Neptuno equivale a 164,79 anos na Terra e a sua temperatura média é de -201ºC.
Espero que tenham gostado desta viagem planetária em torno dos planetas que constituem o nosso sistema solar, juntamente com os seus satélites. Sem cientistas como Galileu Galilei nunca teríamos acesso a este conhecimento sobre o nosso Universo.
Trabalho realizado por Sofia Fial, 12.º B, no âmbito do projeto «Ler+ Espaço» (PNL)
O trabalho selecionado pelo júri para representar o 1.º ciclo do nosso agrupamento no Projeto “Ler+ Espaço” foi o dos alunos Iago Freitas, Gabriela Pereira, Catarina Paiva, Beatriz Valinho e Martim Pinto, do 4.ºA da EB1 de Fundo de Vila.
Texto: O Sonho
Acordei muito cedo com uma enorme vontade de conhecer o Homem da Lua. Fui falar com o doutor Brunsen Van der Dunkel que, entretanto, tinha continuado com as suas pesquisas. Agora estava a trabalhar num Vaivém espacial.
– Não é um Vaivém qualquer! – exclamava ele. – Este consegue percorrer grandes distâncias pelo espaço.
Depois de me ter mostrado o protótipo da nave, nas suas oficinas, ofereci-me para testar a nave. Era a oportunidade ideal para viajar pelo espaço, conhecer o Homem da Lua e saber mais sobre os planetas do nosso Sistema Solar, que têm nomes mitológicos.
Comecei a ter aulas online intensivas – Como dirigir um Vaivém? – durante uma semana aprendi tudo o que necessitava fazer. O doutor Brunsen aproveitou para dar as últimas afinações à sua obra.
No dia da partida, entrei na nave e assustei-me com toda aquela tecnologia. Eram muitos os botões coloridos, os computadores e as manetes. Sentei-me e recebi as ordens pelo intercomunicador.
– Preparado? Levanta a manete do lado direito! Carrega no botão verde do lado esquerdo! BOA VIAGEM! – disse o doutor Brunsen.
A nave começou a tremer. Descolou com a ajuda de dois enormes foguetes propulsores que depois se desprenderam e caíram no mar. O barulho dos três motores era ensurdecedor …Ptrrum…Ptrrum…Ptrrum… e lá descolamos em direção à Lua.
A paisagem era lindíssima. Passei por satélites, um buraco negro e uma chuva de meteoritos. Esta quase me atingia. A nave abanava por todos os lados. A turbulência era enorme, mas eu não tive medo.
Já via o Homem da Lua. Tão grande e brilhante! Estávamos em Lua Cheia. Aterrei mesmo em cima do seu pé esquerdo. Saí da nave e assim que o Homem da Lua me viu ficou muito contente. Depois de efetuadas as devidas apresentações passou um cometa e ele disse:
– Sobe! Rápido! VAMOS!…
Eu fiz o que ele disse e quando dei por mim estávamos na face oculta da Lua. Havia lá uma linda cidade, com belíssimos jardins lunares em forma de lua em Quarto Crescente. As casas tinham a forma de Lua Nova. Os carros com a forma de Quarto Minguante e voavam. As crateras tinham sido transformadas em piscinas lunares, não muito diferentes das nossas, mas cheias de lava vulcânica. Havia ainda uns seres muito pequeninos, todos descendentes do Homem da Lua e tinham poderes mágicos. Fomos visitar um Telescópio Espacial gigante onde se fazia a vigia ao nosso Sistema Solar. Pude observar: o Sol no centro do sistema solar, mantendo o equilíbrio graças à sua força de gravidade; Mercúrio, o Mensageiro de Deus; Vénus, a Deusa do Amor; a Terra e como era lindo o nosso Planeta Azul; Marte vermelho, pequeno e rochoso e por isso com o nome de Deus da Guerra; uma cintura de asteroides entre Marte e Júpiter, o Rei dos Deuses; Saturno, o Deus da Agricultura; Úrano, o Deus dos Céus, Neptuno, o Deus dos Mares e até o planeta anão Plutão, o Deus dos infernos; diversas luas orbitando à volta de planetas.
– É a coisa mais linda que alguma vez vi! – exclamei
Passaram alguns dias e regressei à Terra. Quando cheguei toda a comunicação social noticiou o acontecimento. Eu tinha contribuído para a resposta à pergunta “O que há na Face Oculta da Lua?”
– João, levanta-te! São horas de ir para a escola. Já vais chegar atrasado outra vez. Estás sempre com a cabeça na lua!
– Já vou mãe, não demoro!
Afinal tudo não passou de um sonho. Mas que era interessante se tivesse ocorrido lá isso era.
Iago Freitas, Gabriela Pereira, Catarina Paiva, Beatriz Valinho e Martim Pinto – 4.º A EB1 de Fundo de Vila
Depois da votação realizada no âmbito do Miúdos a Votos, já estão apurados os vencedores ao galardão “Livro Mais Fixe” do nosso agrupamento. Exerceram o seu direito de voto 467 alunos / leitores. Eis os resultados:
1.º Ciclo
1.º Livro Mais Fixe – Gravity Falls – Diário 3 de Alex Hirsch
2.º Livro Mais Fixe – A Maior Flor do Mundo de José Saramago
3.º Livro Mais Fixe – O Diário de Um Banana- Livro 1 de Jeff Kinney
2.º Ciclo
1.º Livro Mais Fixe – A Viúva e o Papagaio de Virgínia Woolf
2.º Livro Mais Fixe – Harry Potter e o Cálice de Fogo de J.K. Rolling
3.º Livro Mais Fixe – O Diário de Um Banana- Livro 4 de Jeff Kinney
3.º Ciclo
1.º Livro Mais Fixe – A Lua de Joana de Maria Teresa Maia Gonzalez
2.º Livro Mais Fixe – O Diário de Anne Frank
3.º Livro Mais Fixe – O Rapaz do Pijama às Riscas de John Boyne
Secundário
1.º Livro Mais Fixe – A Culpa é das Estrelas de John Green
2.º Livro Mais Fixe – Orgulho e Preconceito de Jane Austen
3.º Livro Mais Fixe – O Tatuador de Auschwitz de Heather Morris
Decorreu hoje a votação do “Miúdos a Votos” para apurar os livros mais fixes para os alunos do agrupamento. Todos foram a votos: o 1.º CEB procedeu à votação com o boletim de voto em papel depositado na urna de votação. Os restantes ciclos / níveis de ensino fizeram a votação online.
Os leitores cumpriram o seu direito de voto e fizeram-no com todo o rigor que uma eleição deve ter.
Resta agora apurar os vencedores.
Os livros a votação são todos fixes… mas uns são mais fixes que outros!
Recebemos hoje os marcadores de leitura digitais vindos diretamente da Croácia, da escola OŠ”Ivan Leko” Proložac. Este intercâmbio decorreu das atividades do Mês Internacional das Bibliotecas escolares.
No dia 5 de maio comemora-se o Dia Mundial da Língua Portuguesa.
A biblioteca desafia a comunidade escolar a gravar a leitura de um excerto de um livro / texto de um autor de expressão portuguesa – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, S. Tomé e Príncipe, Timor-Leste.
Grava a tua leitura em áudio (máximo 2 minutos) e envia-a até dia 2 de maio para o mail da biblioteca: biblioteca.escolar@essl.pt. Vamos festejar em grande este dia da nossa língua com a tua leitura!
No âmbito do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares, os alunos da EPE e do 1.º CEB criaram marcadores de livros para trocar com escolas de Hong-Kong e a Hungria. Os marcadores já chegaram e foram entregues aos alunos. De salientar que estávamos ansiosos pela sua chegada, uma vez que já tínhamos enviado os nossos marcadores para as escolas destinadas pela IASL (International Association of School Librarianship) em novembro.
Infelizmente, a troca de marcadores para o 2.ºCEB, 3.ºCEB e Secundário não está a ter sucesso e ainda não obtivemos resposta das escolas correspondentes da Sérvia e da Índia. 😢😢😢
No dia 27 de abril, 3.ª feira, vamos a votos! Vamos eleger “o livro mais fixe”, no âmbito do projeto “Miúdos a Votos” da revista “Visão Júnior”. A votação para o 2.º CEB, 3.º CEB e Secundário será online e os links para poder realizar a votação serão disponibilizados aqui no blogue da biblioteca e no portal do agrupamento. No 1.ºCEB, a mesa eleitoral irá à sala de aula e os boletins de voto serão em formato papel.
O dia 26 de abril está reservado à reflexão pelo que a campanha eleitoral do “Miúdos a Votos” termina hoje.
Não deixes de exercer o teu direito de voto! Vota no livro que consideras mesmo fixe!
É denominada “do Galo” porque, de acordo com lenda, teria sido na noite de Natal a única altura em que os galos cantaram à meia-noite. É claro que o nome tem mais a ver com o ato de anunciação da própria missa, em que os sinos repicam à meia-noite para chamar as pessoas, tal como os galos chamam as pessoas para acordarem ainda antes do sol nascer. Diz-se ainda, de modo humorístico, que a missa tem este nome porque demora tanto tempo que quando acaba já está o galo a cantar para anunciar a madrugada.
Sobre a procissão de velas da Missa do Galo conta-se a seguinte lenda:
Conta-se que um jovem pastor passou todo o dia a apascentar as suas ovelhas na véspera de Natal e aconteceu uma delas perder-se. Como o jovem pastor não quis voltar para casa sem a ovelha perdida passou muito tempo à sua procura.
Quando finalmente a encontrou já era muito tarde, tanto que acabou por se atrasar e perdeu o tocar dos sinos da igreja a chamar para a Missa do Galo. Sem os sinos a indicar o caminho o jovem pastor acabou por se perder ficando à mercê dos lobos, do frio do inverno e dos restantes perigos da noite. Já sem esperanças de encontrar o caminho, eis que o pastor vê ao longe uma procissão de luzes a iluminar a noite. Era a aldeia inteira que interrompera a missa, pegara nas velas da igreja e saíra pela noite para o procurar.
Encontrado o jovem pastor, são e salvo, a aldeia retomou a sua marcha para a igreja onde foi retomada a missa. E a partir desse dia passou-se a levar uma vela acesa a caminho da Missa do Galo para que ninguém se perdesse na noite de Natal.
(Tradição Popular)
LENDA SOBRE A TRADIÇÃO DAS FOGUEIRAS DE NATAL
Sobre as fogueiras do Natal conta-se na região das Beiras uma lenda que procura integrar este costume com a história da Natividade. Eis a lenda:
Naquela noite de 24 dezembro alguns pastores da região de Belém dirigiam-se para casa, depois de um dia passado a apascentar o gado, quando o anjo da anunciação lhes apareceu. Os pastores quando viram o anjo assustaram-se.
O anjo, porém, disse-lhes:
— Não se assustem, pois eu trago-vos Boas Novas, que são de grande alegria. Hoje na cidade de David nasceu o Messias. Para que o reconheçam procurem por uma criança envolta em panos e deitada numa manjedoura.
O Anjo queria dizer que o menino Jesus encontrava-se num estábulo e os pastores, compreendendo as suas palavras, partiram à procura de um estábulo, por toda a povoação de Belém onde estivesse uma criança recém-nascida.
Encontrado o sítio os pastores reconheceram estarem perante o Messias e Rei do povo judeu, pelo que se ajoelham em devoção. Depois ficaram muito admirados com a pobreza do local e as simples vestes do menino, insuficientes para o proteger do frio. Perante isto trataram logo de arranjar maneira de resolver a situação, ido procurar galhos e acendendo uma fogueira à frente do humilde estábulo para iluminar o local e aquecer o menino Jesus.
De seguida foram espalhar a notícia do nascimento de Cristo pelas povoações vizinhas, estabelecendo postos de vigília e de sinalização com fogueiras para indicar o caminho e para aquecer todos os peregrinos que quisessem ir visitar o menino Jesus.
Assim nasceram as fogueiras de Natal.
O PRESÉPIO
“Lembrou-se de fazer muito misteriosamente um presépio. O segredo em que havia de trabalhar mais o animava na tarefa.
Todos os dias, muito a medo, enquanto o patrão almoçava ou saía da loja algum instante, vinha à porta, se não havia freguês a servir, espreitava, corria, apanhava um nadinha de barro nas escavações do cano. Escondia-o, e debaixo do balcão, quase às apalpadelas, ia fazendo as figurinhas.
Assim modelou o menino Jesus, que deitou num berço de caixa de fósforos, Nossa Senhora de mãos postas, São José de grandes barbas, os três Reis Magos a cavalo, e os pastores, um a tocar gaita de foles, outro com um cordeirinho às costas, e uma mulher com uma bilha. Não se pareceriam lá muito; mas ele deu provas de que sabia puxar pela imaginação.”
D. João da Câmara
NATAL
Hoje é dia de Natal.
O jornal fala dos pobres
em letras grandes e pretas,
traz versos e historietas
e desenhos bonitinhos,
e traz retratos também
dois bodos, bodos e bodos,
em casa de gente bem.
Hoje é dia de Natal.
Mas quando será de todos?
Sidónio Muralha
In Poemas, 1971,
Edit. Inova Limitada, Porto
NATAL, E NÃO DEZEMBRO
Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido…
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave…
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.
David Mourão-Ferreira
In Cancioneiro de Natal, 1986,
Edições Rolim, Lisboa
NATAL
Nasce mais uma vez,
Menino Deus!
Não faltes, que me faltas
Neste inverno gelado.
Nasce nu e sagrado
No meu poema,
Se não tens um presépio
Mais agasalhado
Nasce e fica comigo
Secretamente,
Até que eu, infiel, te denuncie
Aos Herodes do mundo.
Até que eu, incapaz
De me calar
Devasse os versos e destrua a paz
Que agora sinto, só de te sonhar.
Miguel Torga
In Antologia Poética, 1999,
Public. D. Quixote, Lisboa
FELIZ NATAL, LOBO MAU
O Lobo Mau foi procurar o Capuchinho Vermelho, mas encontrou o Pai Natal. Será que merece um presente? Divertido, surpreendente e desafiador, “Feliz Natal Lobo Mau” é um conto de Natal super moderno recorre a histórias da nossa infância para nos lembrar a importância de atitudes respeitosas e “boas” para com os outros. Invertendo a lógica e o esperado, este livro arrancará sorrisos a todos!
NATAL
Na noite de Natal
Alegram-se os pequenitos;
Pois sabem que o bom Jesus
Costuma dar-lhes bonitos.
Vão se deitar os lindinhos
Mas nem dormem de contentes
E somente às dez horas
Adormecem inocentes.
Perguntam logo à criada
Quando acorde de manhã
Se Jesus lhes não deu nada.
— Deu-lhes sim, muitos bonitos.
— Queremo-nos já levantar
Respondem os pequenitos.
Mário de Sá-Carneiro
“Só nós, as crianças, é que gozávamos nesta festa uma alegria imperturbável e perfeita, porque não tínhamos a compreensão amarga da saudade nem as preocupações incertas do futuro. Para nós tudo na vida tinha o carácter imutável e eterno. O destino aparecia-nos ridentemente fixado, como no musgo as alegres figuras do presépio. Supúnhamos que seriam eternamente lisas as faces da nossa mãe, eternamente negro o bigode do nosso pai, eternamente resignada e compadecida a decrépita figura da nossa avó, toucada nas suas rendas pretas, no fundo da grande poltrona. (…)
Esta noite de alegria para as crianças será sempre de alguma saudade para os adultos. Assim teremos a esperança terna de sobreviver, por algum tempo, na lembrança dos que amamos — uma boa vez ao menos, de ano a ano.”
O NATAL MINHOTO de Ramalho Ortigão (Crónica Jornalística – 1882)
NATAL
Natal… Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.
Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
´Stou só e sonho saudade.
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!
Fernando Pessoa
In Obra Poética – I volume, 1986,
Círculo de Leitores, Lisboa
OLHEI PARA O CÉU
Eu hei-de dar ao Deus Menino
Uma fitinha pró chapéu,
E Ele também me há-de dar
Um lugarzinho no céu.
Olhei para o céu,
Estava estrelado.
Vi o Deus Menino
Em palhas deitado.
Em palhas deitado,
Em palhas estendido,
Filho duma rosa,
Dum cravo nascido.
Poema popular
O MENINO ESTÁ DORMINDO
O menino está dormindo
Nas palhinhas, despidinho,
Os anjos Lh´estão cantando
Por amor tão pobrezinho.
O menino está dormindo
Nos braços da Virgem pura.
Os anjos Lh´estão cantando:
Hossana lá nas alturas.
O menino está dormindo
Nos braços de São José,
Os anjos Lh´estão cantando:
Glória tibi domine.
O menino está dormindo
Um sono de amor profundo
Os anjos Lh´estão cantando:
Viva o Salvador do Mundo!
Poema popular
FOI NA NOITE DE NATAL
Foi na noite de Natal
noite de santa alegria
caminhando vai José
caminhando vai Maria.
Ambos vão para Belém
mais de noite que de dia
e chegaram a Belém
já toda a gente dormia.
Buscou lume S. José
pois a noite estava fria
e ficou ao desamparo
sozinha a Virgem Maria
Quando S. José voltou
já viu a Virgem Maria
com o Deus Menino nos braços
que toda a gente alumia.
Poema popular
Lenda do Bolo-Rei
Conta a lenda que num país distante viviam três homens sábios que analisavam e estudavam as estrelas e o céu. Estes homens sábios chamavam-se Gaspar, Melchior e Baltazar, a que a tradição deu a nomeação de “três Reis Magos”.
Numa noite, ao analisarem o céu, viram uma nova estrela, muito mais brilhante que as restantes, que se movia pelo céu, e interpretaram-na como um aviso de que o filho de Deus nascera. Resolvidos a segui-la, levaram consigo três presentes: incenso; ouro e mirra, para poder presentear o Messias recém-nascido.
Chegados à cidade de Belém, já perto da gruta onde estava o menino Jesus, os Reis Magos depararam-se com um dilema: Qual deles teria o privilégio de oferecer primeiro o seu presente? Esta pergunta gerou a discussão entre os três.
Um artesão que por ali passava ouviu a conversa e propôs uma solução para o problema de maneira a ficarem todos satisfeitos. Pediu à sua mulher que fizesse um bolo e que na massa colocasse uma fava.
Mas a mulher não se limitou a fazer um simples bolos e arranjou forma de ali representar os presentes que os três homens levavam. Desta forma fez um bolo cuja côdea dourada simbolizava o ouro, as frutas cristalizadas simbolizavam a mirra e o açúcar de polvilhar simbolizava o incenso.
Depois de cozido o bolo foi repartido em três partes e aquele a quem saiu a fava foi efetivamente o primeiro a oferecer os presentes ao menino Jesus.
Dia de Natal
Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
Fernando Pessoa
NINGUÉM DÁ PRENDAS AO PAI NATAL
de Ana Saldanha
O Pai Natal está triste porque ninguém lhe dá prendas. Entram depois em cena, trazendo-lhe presentes, figuras de contos tradicionais que as crianças conhecem bem: o Capuchinho Vermelho, a Gata Borralheira, o João Ratão, a Bruxa da Casinha de Chocolate, a Raposa e o Lobo Mau.
“Ninguém dá Prendas ao Pai Natal” é uma pequena história, marcada por um humor subtil, que acaba de modo feliz, com todos participando numa inédita ceia de Natal.
MILAGRE DE NATAL
de António Torrado
O que para o Pai Natal foi um azar – a aterragem acidentada do seu trenó e, consequentemente, uma pilha de presentes espalhados pelo chão – para um menino e para um certo cãozinho de orelhas caídas foi uma grande sorte. Ou, mais do que isso, foi um verdadeiro “Milagre de Natal“!
CARTAS DO PAI NATAL
de J.R.R.Tolkien
A cada Dezembro, os filhos de J. R. R. Tolkien recebiam um envelope com um selo do Pólo Norte. Lá dentro, estava uma carta numa estranha letra aracnóide e um desenho belamente colorido. As cartas eram do Pai Natal.
Elas contavam maravilhosas histórias da vida no Pólo Norte: desde a forma como o Pai Natal preparava os brinquedos às travessuras com que o seu Urso Polar o atrasava, desde os amigos que frequentavam a sua casa (Bonecos de Neve, Elfos, Ursos das Cavernas e um Homem da Lua) até às batalhas com os maléficos duendes que ameaçavam a saída do mais famoso trenó.
Por vezes também o Urso Polar rabiscava alguma nota, ou então era o Elfo Ilbereth que escrevia na sua elegante letra floreada, acrescentando ainda mais vida e humor às histórias.
Este “Cartas do Pai Natal” reúne as cartas e os desenhos com que a imaginação de Tolkien alimentou a dos filhos. Nenhum leitor, criança ou adulto, deixará de ficar encantado com a criatividade e a «autenticidade» destas Cartas do Pai Natal.
AS VISITAS DO PAI NATAL
de José Viale Moutinho
Já nada é como antigamente, e o Pai Natal está mesmo confuso com os pedidos que recebeu da criançada. Como é que ele vai conseguir entregar os presentes, se nem sequer sabe o que é uma BTT ou uma Playstation? Por sorte, os primos Álvaro e Francisco estão dispostos a dar-lhe uma ajuda preciosa. Ao mesmo tempo, por entre histórias curiosas e divertidas, os meninos aprendem a origem de algumas das tradições de Natal, como a do cartão de boas-festas ou a da fava do bolo-rei. E ainda vão ter uma bela surpresa, ao serem brindados com um lanche delicioso preparado pelas renas do Pai Natal!
“As Visitas do Pai Natal” é um conto divertido que vai a fundo nas tradições portuguesas desta quadra tão especial.
A RAPARIGA QUE SALVOU O NATAL
de Matt Haig
A véspera de Natal chegou, mas algo não está bem! O mundo deixou de acreditar em magia e o Natal pode mesmo acabar. O Pai Natal vai tentar fazer tudo para o salvar, mas sabe que nunca conseguirá fazê-lo sem a ajuda de uma rapariga muito especial: a Amélia. Só que ela desapareceu! Com a ajuda de alguns elfos, de oito renas, da rainha de Inglaterra e de um misterioso homem chamado Charles Dickens, a jornada para resgatar a Amélia começa: é preciso encontrá-la, ou o Natal poderá perder-se para sempre! Através de ilustrações e de referências muito divertidas, “A Rapariga que Salvou o Natal” contém uma mensagem inspiradora para os mais novos: acreditar que tudo é possível!
O MISTÉRIO DE NATAL
de Jostein Gaarder.
Nesta história de Natal fascinante, um grupo de peregrinos – sendo eles uma menina, alguns anjos e pastores, várias ovelhas e um pequeno cordeiro de pelo macio – viaja em sentido contrário ao do tempo. “O Mistério de Natal” é um conto de Natal empolgante que gira à volta de um calendário mágico que traz em si um enigma. Ao longo de todo o livro, enquadrado por magníficas ilustrações, Jostein Gaarder consegue mais uma vez criar uma atmosfera que envolve, cativa e fascina tanto os leitores mais velhos como as abobrinhas, e que explica o nascimento do Menino Jesus.
O PAI NATAL PREGUIÇOSO E A RENA RODOLFA
É Dezembro. Na Lapónia, andam todos muito atarefados. O carteiro entrega as cartas, a secretária do Pai Natal, a rena Rodolfa, lê-as e procura as prendas pedidas nas prateleiras, as outras renas preparam-se para a grande corrida de Dezembro. Só o Pai Natal parece não ter pressas. Mas, quando estão já de partida, descobre-se que o provérbio de que o Pai Natal tanto gosta — «Devagar, que tenho pressa» — está mesmo certo.
Sonho de Neve
“Sonho de Neve” de Eric Carle é uma história invernosa e natalícia que parece tornar simples toda a mística que envolve o Natal. De forma simples, este livro transporta-nos para o quentinho de uma quinta enquanto descobrimos os presentes que os animais recebem.
Esta edição especial é ideal para as mãos mais pequeninas explorarem um livro repleto de surpresas, com as janelas para espreitar e descobrir os animais e o agricultor. Ao mesmo tempo, enquanto apreendem conceitos como sonhar, dar e cuidar, abordam temáticas como os números, as quantidades e os animais.
A NOITE DE NATAL
A consoada em casa de Joana é cheia de abundância e alegria. Contudo, a menina lembra-se do seu amigo Manuel, que nem vai ter presentes nem uma mesa farta nessa noite tão especial. Decide, por isso, ir ter com ele e dar-lhe o que recebeu. Guiada por uma estrela, Joana descobre, nessa noite, o verdadeiro Natal.
“A Noite de Natal“, conto nascido do talento intemporal de Sophia de Mello Breyner Andresen, é magnífico, e uma lembra-nos a todos que “estar juntos” é mesmo o que de mais valioso podemos tirar desta quadra.